02/12/08

CIDADE DOS OUTROS

.























Uma terrível atroz imensa
Desonestidade
Cobre a cidade

Há um murmúrio de combinações
Uma telegrafia
Sem gestos sem sinais sem fios

O mal procura o mal e ambos se entendem
Compram e vendem

E com um sabor a coisa morta
A cidade dos outros
Bate à nossa porta

Sophia de Mello Breyner Andresen
in Geografia - Edições Salamandra, 1990


_Erik Satie
Gnossienne nº 1

Fotografia - TINTA AZUL. 25.08.08

10 comentários:

  1. T.Azul,
    belo e actual poema!
    «Sophia» intemporal...

    a música não conhecia, é sempre bom vir aqui :)

    a fotografia, não vejo :(

    boa semana
    um abraço e um grande sorriso :)
    mariam

    ResponderEliminar
  2. Lua,

    teu Blog desabotoou a minha alma...



    PS- cheguei aqui via o “Varal de Idéias” do Eduardo.

    ResponderEliminar
  3. espao lindo, compilado, misterioso, sentido.

    voltarei

    http://coresemtonsdecinza.blogspot.com

    ResponderEliminar
  4. Nem sempre o que nos bate à porta vem por bem!
    Foto excelente. Adorei o contraste dos vermelhos da porta e o cinza da parede.
    Jinhos :))

    ResponderEliminar
  5. Momentos para contemplar, escutar e reflectir.
    Essa porta pode ser uma das muitas portas duma cidade em decadência, que nem se pinta adequadamente, e o entorno nem ajuda.
    Os versos são acordes, pesam pela sabedoria. Sendo de quem são...!
    A música ajuda a sublevar a carga deixada pelo resto.

    :)))

    Um grande abraço

    ResponderEliminar
  6. beijos...

    belo. e oportuno...

    ResponderEliminar
  7. Que música tão bonita, T.Azul!
    Comovente.

    ResponderEliminar
  8. Já não ouvia uma nostalgia musical tão bonita como essa "Gnossienne" desde "A dança dos espíritos abençoados" de Gluck! :)

    ResponderEliminar
  9. vbm,
    Gosto muito das gnossinennes e das gymnopédies do Erik Satie.

    :)

    ResponderEliminar