11/12/08

CIDADES

.
















...cidade

Quando as veias e as artérias são avenidas, ruas e becos,
quando o sangue e a linfa são pessoas,
quando o emaranhado em teia é um sentido perfeito,
quando as vísceras são obra de arte de uma singular complexidade,
quando a alma é clara e plural,
quando o corpo é de todos e de ninguém,
então...
...então é uma Cidade
!


MNN
in Carruagem de Metro
Corpus Editora, 2007



__Rodrigo Leão
As cidades


E eu aprendi a gostar das cidades.
Da cidade física e mental.
Enquanto espaço e tempo de cidadania.


Imagem - A partir de fotografias. TINTA AZUL. 25.09.08
Música - YouTube

7 comentários:

  1. Adoro esse "texto"!...
    Já tive oportunidade de o dizer várias vezes...
    .
    [Beijo...]

    ResponderEliminar
  2. O texto é muito bom, mas a imagem é também excelente! :)
    Adorei o efeito,
    beijos!

    ResponderEliminar
  3. O texto foi escrito por alguém que é fascinado pela cidade e a sabe interpretar. Com o convívio aprendi a gostar também e a tentar entendê-las. Nas suas diversas dimensões.
    A imagem são fotografias de Lisboa, uma cidade lindísima.

    BJS

    ResponderEliminar
  4. Quase perfeito... :P
    A cidade, por vezes, sufoca-me...
    Bom fds.
    Jinhos :)

    ResponderEliminar
  5. Tudo bem. Já sabes

    (Mas uma coisa... então não devias publocar aqui o teu Baltasar? )
    :))

    ResponderEliminar
  6. O POETA DA CIDADE
    by Ramiro Conceição


    Cai a lua sobre ambulâncias,
    polícias e carros fúnebres.
    Ainda erótica, apesar de torta,
    a noite é sonâmbula sagrada de segredos;
    não daqui, mas das florestas mágicas
    onde o vento canta encânticos
    de bruxos, em ritmos, em refluxos,
    da sinfonia universal.

    A metrópole inquieta
    propicia assassinatos,
    enganos e furtos.

    O tempo é frívolo, atávico.
    A cama é crua: não há sonhos.
    Só sobraram vinhos tristes,
    beijos pródigos passados,
    flores lívidas sem perfume, músicas
    sem alaúdes,
    partituras sem piano, silêncios,
    promessas — e hálitos.

    E a mensagem que chegou
    estava em código secreto.

    Ainda assim, o poeta saiu errante,
    à noite, com a marginália de seu livro
    vivo;
    de repente, abriu os braços ao relento
    e acariciou só, solenemente, os cabelos
    do Cruzeiro do Sul.

    ResponderEliminar