O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo.
Nem mudar a água pura em vinho tinto.
O milagre é acreditarem nisso tudo!
Mário Quintana
31/07/06
30/07/06
27/07/06
FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA DE ESPINHO - FIME
26/07/06
LIVRO DE HORAS
.
Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.
Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.
Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.
Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser o anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser o monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!
Miguel Torga [1907-1995]
Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.
Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.
Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.
Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser o anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser o monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!
Miguel Torga [1907-1995]
25/07/06
Memórias de ontem e de agora
.
Neste 25 de Julho, veio-me à memória um dia de S. Cristovão de há muitos muitos anos atrás. Lembro-me de, com os meus irmãos, rolar monte abaixo pelos campos de feno, até ficarmos tontos e exaustos. Muitas das pessoas que fazem parte dessa memória, já cá não estão. É essa a principal tristeza de crescer, é irmos perdendo muitas das pessoas de quem gostamos, uma a uma, até nos darmos conta que os muros que nos protegiam dos abismos já cá não estão. Agora, o muro somos nós.
24/07/06
Subscrever:
Mensagens (Atom)