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A minha vida faz sempre sentido... procuro-o em cada momento. Ontem, na gratidão expressa nos olhos azuis, cor do céu, dum sem-abrigo, por lhe ter dado atenção, por tê-lo ouvido, por lhe ter falado, por ter dado algum calor à noite. Na urgência do hospital de Santo António, onde ele procurava um lugar mais quente para ir consumindo a noite fria.
A minha vida faz sempre sentido... procuro-o em cada momento. Ontem, na gratidão expressa nos olhos azuis, cor do céu, dum sem-abrigo, por lhe ter dado atenção, por tê-lo ouvido, por lhe ter falado, por ter dado algum calor à noite. Na urgência do hospital de Santo António, onde ele procurava um lugar mais quente para ir consumindo a noite fria.
No pouquíssimo que se faz pelos outros, muitíssimo se faz por nós.
Hospital de Santo António, madrugada de um dia/noite muito muito fria de Dezembro de 2004.
[Dei com isto ao arrumar os documentos no meu computador.
Lembro-me tão bem desta noite em que o meu tio, que fazia violinos, foi trazido de urgência para o Hospital e eu fui acompanhar a minha prima que vinha com ele.
Esperei horas e horas na sala da entrada das urgências.
O meu tio já morreu, com oitenta e poucos anos. Morreu na sua casa, na sua terra. Como era seu desejo. Também rezou antes de morrer, coisa que nunca o tinha visto fazer em toda a vida.]
Imagem - TINTA AZUL.2007.
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