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Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de Mello Breyner Andresen
_F. Schubert
Impromptu - Op. 90, nº2
Piano - Krystian Zimerman
Fotografia - TINTA AZUL. Agosto.09
Música - YouTube.Sissco
1 comentário:
... Desapego...
Trágico, de lindo, que é este poema!
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[Beijo, assim...@]
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