11/12/10

O TEATRO DAS CIDADES

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Qualquer tempo é um tempo duvidoso
assim o meu cercado de cidades
plataformas instáveis
praticáveis cobertos de infinita gente náufraga
que se inclina nas águas como um palco

Paro na convergência dos estrados
chove já sobre a raça ameaçada
Incertas multidões em volta passam
contemporâneas falam interpretam
a duvidosa língua das imagens

Assim no teatro abstracto das cidades
morrem palavras sobre um palco náufrago

O tempo cobre o céu que se enche de água


Gastão Cruz, in O Pianista



- R Schumann
Sonata nº 2 [1º andto]
Violino - Renaud Capuçon
Piano - Martha Argerich



Fotografia - Tinta Azul.9.12.10
Música - YouTube

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

gosto deste "teatro" de água. e de mágoa...

beijos

Anónimo disse...

Gostei das cadeiras aí do ladinho!!!