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É por dentro de um homem que se ouve
o tom mais alto que tiver a vida
a glória de cantar que tudo move
a força de viver enraivecida.
Num palácio de sons erguem-se as traves
que seguram o tecto da alegria
pedras que são ao mesmo tempo as aves
mais livres que voaram na poesia.
Para o alto se voltam as volutas
hieráticas sagradas impolutas
dos sons que surgem rangem e se somem.
Mas de baixo é que irrompem absolutas
as humanas palavras resolutas.
Por deus não basta. É mais preciso o Homem.
Ary dos Santos
in O Sangue das Palavras
- Charles V Alkan
Trois Etudes de Bravoure III
Piano - Ronald Smith
Fotografia - Tinta Azul. 29.11.11
Música - YouTube
3 comentários:
Que bonita imagem !...
O Sangue das Palavras também a acompanha muito adequadamente.
Quanto ao compositor nunca tinha ouvido falar...
Mas, apreciei muito.
Um beijo, MARIA 7.
Só poderia ser de Ary dos Santos. Que grande poema. Quanto ao Alkan estamos falados. Quando li a 9ª pensei que fosse colocar Beethoven (seria adequado) ou mesmo Mahler que para o tópico do poema não deixaria de ser também uma belíssima ilustração.
interessante a "aproximação" do poema e a música de Alkan...
a foto, soberba!
beijo
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