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Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.
O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.
Trémulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?
Fernando Pessoa, 1930
in Cancioneiro
_Beethoven
Sonata 23 - Appassionata
[Op. 57 - 3º andamento]
Piano - Vladimir Horowitz
Fotografias - TINTA AZUL. 20.08.09
Música - YouTube
24/10/09
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8 comentários:
O lago pode ser mudo no seu sossego.
Mas é azul o lago de todos os sonhos!
Beijo para o tinteiro da cor azul.
Eta Fernando Pessoa....esse dispensa comentários...
Abraço,
Rafael
Sempre apassionata pelos azuis, TA!
O que denota o teu bom-gosto,aliàs presente em todos os teus posts.
Beijo
Minh´alma amante dos azuis aqui sente-se em casa! Bonitas (e melancólicas) imagens, assim como o poema de Pessoa. Mas, será que tom azulado dos sonhos precisa ser, necessariamente, apenas contemplativo?... Muitas vezes, além de devaneios, ilusões fugidias, sonhos também podem ser "sementes" fecundas, do possível, do que ainda virá! ABraços alados!
melancolia embebi(eci)da de azul...
beijo
Achei seu blog, por acaso, não mais que por acaso. E reencontrei Fernando Pessoa, paixão poética desde sempre.
Sonia Boni
Belo, o poema de Pessoa!
Gostei muito das fotografias.
Ando sem paciência, e tempo, para blogar...
beijinho
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