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Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.
Fernando Pessoa
- G Caccini
Avé Maria
Soprano-Ewa Iżykowska
29/11/10
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2 comentários:
Um par impossível de acontecer no real :
TU e o Pessoa...
Mas, vale-nos a blogosfera para imaginar o que poderia ser...
Um beijo de admiração incondicional (por um e outro).
olhar com os olhos da alma. ou da iamginação.
beijos
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