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Eleva-se entre a espuma, verde e cristalina
e a alegria aviva-se em redonda ressonância.
O seu olhar é um sonho porque é um sopro indivisível
que reconhece e inventa a pluralidade delicada.
Ao longe e ao perto o horizonte treme entre os seus cílios.
Ela encanta-se. Adere, coincide com o ser mesmo
da coisa nomeada. O rosto da terra se renova.
Ela aflui em círculos desagregando, construindo.
Um ouvido desperta no ouvido, uma língua na língua.
Sobre si enrola o anel nupcial do universo.
O gérmen amadurece no seu corpo nascente.
Nas palavras que diz pulsa o desejo do mundo.
Move-se aqui e agora entre contornos vivos.
Ignora, esquece, sabe, vive ao nível do universo.
Na sua simplicidade terrestre há um ardor soberano.
António Ramos Rosa
in Volante Verde
- J Brahms
Trio nº 1 - op 8
Piano, Violino e Violoncelo
5 comentários:
A GISELA sabe deste teu post ?
Um beijo azul na lua...
Gosto muito da poesia de António Ramos Rosa
poesia cristalina. como o diamante mais puro...
beijos
Adoro este poema...
Entretanto,
tenho procurado mais "palavras" tuas... mais imagens... TU!
:)
[Beijo...@]
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