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Não sei quantos seremos, mas que importa?!
um só que fosse e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
Miguel Torga in Câmara Ardente - 1962
05/01/07
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1 comentário:
Mas que bem! Eu também gosto muito do Torga. Mais da prosa do que da poesia. O que não quer dizer que não goste de muitos dos seus poemas. E os diários? Gosto muito dos diários.
Eu não sei mandar o comentário como Blogger.
Mariadosol
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