Estou com vontade de relatar pedaços dumas férias de Verão passadas no Inverno de duas cidades de outro hemisfério. Mas, de facto, estou com dificudades, pois não sei por onde, nem como começar. O meu pensamento assemelha-se a uma favela vista de longe. As memórias encavalitadas umas nas outras, tantas e de tonalidades tão diversas.
Posso dizer que o Rio de Janeiro me entrou no coração. Por muitas razões. Uma delas tem a ver, sem dúvida, com laços familiares de muito afecto que, pese embora o imenso Atlântico de permeio, ajudaram, desde criança a construir uma especial relação com o Rio. E isso é um facto muito interessante. Como uma enorme distância física entre as pessoas não as impede de serem tão próximas.
Mas, a descoberta real da cidade, que apenas se imaginava, revelou-se surpreendente. Pela sua extraordinária beleza natural, pelo modo de ser carioca, a simpatia, a delicadeza, a facilidade com que as pessoas se relacionam, o jeito descontraído de ser.
A memória portuguesa presente em tantas coisas. Não me senti propriamente num país estrangeiro. E isto não se explica com facilidade. Sente-se ou não.
Não, não deixei de constatar a realidade social, feita de gritantes contrastes. Dos condomínios fechadíssimos. Tantos os dos ricos, como os dos pobres, as favelas, que ao longe têm o seu encanto, mas que quando chegamos perto - muito relativamente perto -, nos desolam profundamente. Vêem-se os muitos problemas que o Rio tem, como também se percebem as suas imensas potencialidades. Muitos dos problemas não são nem maiores nem menores dos que os que acabam por ter todas as grandes cidades.
Teria muito mais para falar sobre o Rio, mas ainda estou meio atordoada com a diferença horária e sobretudo com uma certa preguiça, habituada à vadiagem dos últimos dias, para escrever escorreitinho.
O que sei é que gostei do Rio. Sei porque o senti. Senti-me bem, apesar de algum sentimento de insegurança que foi desaparecendo à medida que os dias passavam. Comportem-se como cariocas diziam os primos. E assim foi. Tudo correu bem.
Mesmo fisicamente. O prazer que é acordar num dia de Inverno e vestir uma t-shirt de alças e uns calções e passear no calçadão de Copacabana... Só de pensar que vem aí o frio e de como me sinto mal com ele...
E por falar em Copacabana, aqui fica, vista do Pão de Açucar, pois foi o primeiro lugar do Rio onde parei, depois do Aeroporto. E será assim, com bilhetes postais que contarei mais do Rio ...
Imagem - Fotografia. Vista de Copacabana a partir do Pão de Açucar. Tinta Azul. 14.08.08
30/08/08
RIO DE JANEIRO
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9 comentários:
Que bom, que já começaste a contar...
[Beijo de devagar, devagarinho...]
poquito a poquito
saluditos
Já tinha saudades tuas. E do Rio de Janeiro, nem te conto... Fico à espera dos teus postais e da tua escrita que é fascinante mesmo quando não a consideras "escorreitinha". BJS
Espero a tua reportagem, pois vai ser uma maneira de revisitar a cidade, os sons, as gentes, os gestos, e a minha saudade!
Oh pra elas cheiinhas de água na boquita ... é como eu...
:)
Bem, acho que temos de organizar uma excursão ao Rio. Todo mundo ficou grudado, né?
Tivemos os mesmos anfitriões e concerteza que isso foi a marca especial que ficou em nós.
Juani e um ar de...vão também?
beijos cariocas mininas :)))
no me importaria, es un sitio que me encantaria conocer
saluditos
... e a "garota de Ipanema", cadê?
Excelente fotografia.
Pelo que vejo a viagem compensou. A reviver os bons momentos passados!
Abraços
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