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Com fúria e raiva
Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra
Sophia de Mello Breyner Andresen
in O Nome das Coisas
- C V Alkan
Étude - Op 39 nº3
Scherzo Diabolico
19/05/11
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2 comentários:
Olá Regina,
Li esse poema há um ou dois dias atrás. Palavras que não saem do pensamento quando é esse por muito tempo o verdadeiro sentimento.
Preciso e suficiente.
Beijos
que a Palavra se imponha. como sarça ardente...
beijo
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