27/12/06

27 DE DEZEMBRO

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Fazia hoje 91 anos, mas entre nós só completou 75. São muitas as saudades. É muita a falta que nos faz, mas também é muito aquilo que nos deixou. Não fortuna material, mas uma fortuna de valores essenciais.
Das muitas coisas que me disse ao longo da vida, retenho com grande nitidez o que sempre dizia aos filhos: “Não interessa o que se tem, interessa o que se é.”.E cada um de nós tem isso bem presente na sua vida e é assim que a vive.
Era um homem bonito, cheio de humor, contava histórias com imensa graça, sabia lidar com as crianças, nunca as aborrecia.
Também sabia que ía morrer e dizia-nos, que não nos apoquentássemos pois morreria tranquilo, porque a sua consciência estava em paz. E morreu tranquilo, com a serenidade estampada no rosto, apesar da doença terrível que o fez padecer durante meses a fio.
Aceitou a morte com uma dignidade comovente. A única coisa que dizia lamentar muito era o facto da neta mais nova ter apenas 1 ano e não terem podido conviver o tempo suficiente para que ela se ficasse a lembrar dele, pois os outros dois, com 10 e 11 anos, já tinham muitas recordações do avô para guardar na memória. Mas lembra, porque o avô David continua connosco apesar de ter viajado há muito. Continua nas nossas conversas e na memória do nosso coração, porque é aí que se guardam as pessoas que amamos.

Na fotografia, o Pai com 58 anos.

Um beijo Pai.

2 comentários:

GP disse...

É uma felicidade poder lembrar o Pai com este carinho.

Eduardo Graça disse...

Comovente.