18/12/06

MAIS UM NATAL

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Há já alguns natais que não me apetece Natal.
Irrita-me um pouco o excesso de folclore que se faz nesta época, que começa cedo demais.
Não se tem tempo para se comprar o que é preciso, e sobretudo o que não é preciso, mas que a quase obrigação tornou necessário. Cansa. Perde o sentido.
E mais o perde, quando vamos perdendo as pessoas que lho ajudavam a dar. Hoje, perdeu-se mais um pouco. Um pai vai à festa de Natal na escola dos seus filhos, chega a casa, sente uma forte dor no peito, segue para o hospital, já não há nada a fazer, morre. O pai dos filhos de uma das nossas maiores amigas.
Perde-se, assim de repente, no Natal.
Aprendi a medir o quanto gosto das pessoas, pela dor que sinto com a dor que é delas.

Imagem - Tinta Azul. 2006.

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