O almoço de 29.07.08
Queijo fresco,
presunto,
oregãos,
mostarda.
Tudo aconchegado,
entre duas fatias
de pão escuro
tostado.
Fino, elegante,
de cerveja dourada.
Adiante
duas pontes brancas.
O Douro ali ao lado,
dum almoço
breve, frugal,
mas descansado.
__________________________
O almoço de ontem. O mesmo do dia 29.07.08, mas outro.
O mesmo moço. As mesmas raparigas. O mesmo lugar. Outro o tempo. Tempo de Verão. Antes. Tempo de Inverno. Agora. O mesmo moço. As mesmas raparigas. Mais um Verão. Mais um Outono. Mais meio Inverno. O mesmo moço, as mesmas raparigas. Os mesmos. Não exactamente iguais. Porque um Verão, um Outono e meio Inverno passaram.
O Rio. O mesmo. Mas outro. Sempre a correr. A foz não demora. Desagua e é outro, outra a água, e é sempre o mesmo. O Douro. Azulado, ontem.
O Sol. O mesmo também. Hoje com outro brilho. O brilho depois de uma ausência prolongada. A luz do regresso. Do que é desejado.
[E um dia, que não é hoje e por isso outro há-de ser, hei-de pegar nestas palavras mal amanhadas e dar-lhe o sentido que hoje queria. O mesmo. Que depois não será exactamente igual.]
__________________________F. Mendelssohn
Canção sem palavras [1-3, op 53]
Piano - Daniel Barenboim
Música YouTube.FranzFerencLiszt
Fotografia - TINTA AZUL. 10.01.09
11 comentários:
Outra a água,
o rio, o mesmo...
De Luís Martins,
há a melhor reflexão,
que conheço,
sobre
o outro e o mesmo.
:)
vbm,
obrigada pela sugestão.
:)
Vou deixar um poema de João Pedro Mésseder, meu amigo e poeta:
RIO
As águas vêm de longe
trazem o mundo
os montes a terra as pedras
os bichos e o póllen
as folhas e a luz
a chuva o granizo
e a sede dos homens
o rumor das noites e dos dias
Rio vivo , quase mudo,
cheio de água
cheio de terra
cheio de tudo
in " Versos com reversos"
Pois está bonito e comovente o poema - e hoje estou sensível à passagem do tempo...
Um abraço.
Muito bem.
Prémio no meu espaço.
Beijokas
Isto... para abrir o apetite ao pessoal?
Palavras cruzadas?!
Bom, parece que entendi...
Beijos
Será que não pode haver mais uma rapariga no conjunto?
vadia
Camélia,
Obrigada pelo poema, de que gostei.
:))
Lívia,
É bom comovermo-nos, não é?
O que me move é o que me comove.
:)
Sky
Já fui ver. Obrigada mesmo.
:)
Duarte,
O almoço é bom, porque boas as companhias.
:)
Vadia,
Claro que há. Um destes dias combinamos e vamos várias raparigas com o al moço à Marina do Freixo.
Um beijo para cada um[a]
:)
o mesmo al moço. com outro gosto.
assim a vida.
beijo
O eterno retorno...
Tudo retorna
e não se repete...
Eu também quero almoçar com as moças e com o moço. Esse trio agrada-me de sobremaneira. Gente da "minha". Gente boa...
beijinho e até segunda feira
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