11/02/09

AL MOÇO E DUAS RAPARIGAS [2]

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O almoço de 29.07.08


Queijo fresco,
presunto,
oregãos,
mostarda.
Tudo aconchegado,
entre duas fatias
de pão escuro
tostado.
Fino, elegante,
de cerveja dourada.
Adiante
duas pontes brancas.
O Douro ali ao lado,
dum almoço
breve, frugal,
mas descansado.


__________________________

O almoço de ontem. O mesmo do dia 29.07.08, mas outro.
O mesmo moço. As mesmas raparigas. O mesmo lugar. Outro o tempo. Tempo de Verão. Antes. Tempo de Inverno. Agora. O mesmo moço. As mesmas raparigas. Mais um Verão. Mais um Outono. Mais meio Inverno. O mesmo moço, as mesmas raparigas. Os mesmos. Não exactamente iguais. Porque um Verão, um Outono e meio Inverno passaram.
O Rio. O mesmo. Mas outro. Sempre a correr. A foz não demora. Desagua e é outro, outra a água, e é sempre o mesmo. O Douro. Azulado, ontem.
O Sol. O mesmo também. Hoje com outro brilho. O brilho depois de uma ausência prolongada. A luz do regresso. Do que é desejado.
[E um dia, que não é hoje e por isso outro há-de ser, hei-de pegar nestas palavras mal amanhadas e dar-lhe o sentido que hoje queria. O mesmo. Que depois não será exactamente igual.]
_________________________


_F. Mendelssohn
Canção sem palavras [1-3, op 53]
Piano -
Daniel Barenboim

Música YouTube.FranzFerencLiszt
Fotografia - TINTA AZUL. 10.01.09

11 comentários:

vbm disse...

Outra a água,
o rio, o mesmo...

De Luís Martins,
há a melhor reflexão,
que conheço,
sobre

o outro e o mesmo.

:)

Tinta Azul disse...

vbm,
obrigada pela sugestão.

:)

Anónimo disse...

Vou deixar um poema de João Pedro Mésseder, meu amigo e poeta:

RIO

As águas vêm de longe
trazem o mundo
os montes a terra as pedras
os bichos e o póllen
as folhas e a luz
a chuva o granizo
e a sede dos homens
o rumor das noites e dos dias
Rio vivo , quase mudo,
cheio de água
cheio de terra
cheio de tudo
in " Versos com reversos"

livia soares disse...

Pois está bonito e comovente o poema - e hoje estou sensível à passagem do tempo...
Um abraço.

Skywalker disse...

Muito bem.
Prémio no meu espaço.

Beijokas

Duarte disse...

Isto... para abrir o apetite ao pessoal?
Palavras cruzadas?!
Bom, parece que entendi...

Beijos

Anónimo disse...

Será que não pode haver mais uma rapariga no conjunto?




vadia

Tinta Azul disse...

Camélia,
Obrigada pelo poema, de que gostei.
:))
Lívia,
É bom comovermo-nos, não é?
O que me move é o que me comove.
:)
Sky
Já fui ver. Obrigada mesmo.
:)
Duarte,
O almoço é bom, porque boas as companhias.
:)
Vadia,
Claro que há. Um destes dias combinamos e vamos várias raparigas com o al moço à Marina do Freixo.

Um beijo para cada um[a]
:)

Manuel Veiga disse...

o mesmo al moço. com outro gosto.

assim a vida.

beijo

Anónimo disse...

O eterno retorno...

Tudo retorna
e não se repete...

GP disse...

Eu também quero almoçar com as moças e com o moço. Esse trio agrada-me de sobremaneira. Gente da "minha". Gente boa...

beijinho e até segunda feira