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A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Sophia de Mello Breyner Andresen
Fotografia - TINTA AZUL.20.07.08
28/07/08
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3 comentários:
O mar, sempre o mar,
num sincronismo perfeito.
São imagens que mitigam,
sabores que só o tempo
deixa, às vezes, acariciar,
olfacção de maresia...
Beijos em maresia
o pensamento nu. como método.
ascese difícil. diria...
beijo
o mar de Sophia... mar nosso também, sou beirã... mas já não passo sem ele...
este poema é um hino!
um sorriso :)
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