...cidade
Quando as veias e as artérias são avenidas, ruas e becos,
quando o sangue e a linfa são pessoas,
quando o emaranhado em teia é um sentido perfeito,
quando as vísceras são obra de arte de uma singular complexidade,
quando a alma é clara e plural,
quando o corpo é de todos e de ninguém,
então...
...então é uma Cidade!
MNN
in Carruagem de Metro
Corpus Editora, 2007
Quando as veias e as artérias são avenidas, ruas e becos,
quando o sangue e a linfa são pessoas,
quando o emaranhado em teia é um sentido perfeito,
quando as vísceras são obra de arte de uma singular complexidade,
quando a alma é clara e plural,
quando o corpo é de todos e de ninguém,
então...
...então é uma Cidade!
MNN
in Carruagem de Metro
Corpus Editora, 2007
__Rodrigo Leão
As cidades
E eu aprendi a gostar das cidades.
Da cidade física e mental.
Enquanto espaço e tempo de cidadania.
Imagem - A partir de fotografias. TINTA AZUL. 25.09.08
Música - YouTube
7 comentários:
Adoro esse "texto"!...
Já tive oportunidade de o dizer várias vezes...
.
[Beijo...]
O texto é muito bom, mas a imagem é também excelente! :)
Adorei o efeito,
beijos!
Bonito Tudo!
O texto foi escrito por alguém que é fascinado pela cidade e a sabe interpretar. Com o convívio aprendi a gostar também e a tentar entendê-las. Nas suas diversas dimensões.
A imagem são fotografias de Lisboa, uma cidade lindísima.
BJS
Quase perfeito... :P
A cidade, por vezes, sufoca-me...
Bom fds.
Jinhos :)
Tudo bem. Já sabes
(Mas uma coisa... então não devias publocar aqui o teu Baltasar? )
:))
O POETA DA CIDADE
by Ramiro Conceição
Cai a lua sobre ambulâncias,
polícias e carros fúnebres.
Ainda erótica, apesar de torta,
a noite é sonâmbula sagrada de segredos;
não daqui, mas das florestas mágicas
onde o vento canta encânticos
de bruxos, em ritmos, em refluxos,
da sinfonia universal.
A metrópole inquieta
propicia assassinatos,
enganos e furtos.
O tempo é frívolo, atávico.
A cama é crua: não há sonhos.
Só sobraram vinhos tristes,
beijos pródigos passados,
flores lívidas sem perfume, músicas
sem alaúdes,
partituras sem piano, silêncios,
promessas — e hálitos.
E a mensagem que chegou
estava em código secreto.
Ainda assim, o poeta saiu errante,
à noite, com a marginália de seu livro
vivo;
de repente, abriu os braços ao relento
e acariciou só, solenemente, os cabelos
do Cruzeiro do Sul.
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