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Fresta
Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Se um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou soterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado,
Revivo, existo, conheço;
E, inda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço:
Entrego-lhe o coração.
Fernando Pessoa
[Ficções do Interlúdio 1914 - 1935
Edição de Fernando Cabral Martins
Assírio e Alvim, 1998]
Concerto nº1 para Violino [1ºand] - Max Bruch
Solista - Yehudi Menuhin
Fotografia. Montedor. TINTA AZUL - 5.08.08
23/10/08
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4 comentários:
me encanta la poesia de fernando pessoa, dime hay algun libro publicado de el que recopile sus poesias, si voy estas navidades me gustaria saber porque libro preguntar
saluditos
Juani,
O livro donde retirei este poema está referido no post e é este:
Fernando Pessoa
Ficções do Interlúdio 1914 - 1935
Edição de Fernando Cabral Martins
Assírio e Alvim, 1998.
Bonita fotografia de um lindo anoitecer, adornada com um poema dum dos mais grandes, e que me inspirou assim...
Anoitecer de outono
O sol cai
sobre a linha do horizonte
enchendo o ar de cores rubros:
é outono!
Besos
Duarte,
Muitos parabéns!
:)))
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