18/01/08

CAMELLIA

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Todos os dias passo por ti várias vezes. Todas as vezes páro para te ver. De cada vez te vejo de novo. Nas formas. Na carne de que és feita. Na pele que te cobre. Descubro-te curvas e contra-curvas. Corpos de mulheres e homens encadeados uns nos outros. Ventres, nádegas, coxas, pernas, em prolongamentos sucessivos. Esculturas de mármore negro e granito, em estados diversos. Do enérgico ao lânguido, da firmeza à lassidão.

Depois, reparo nas pétalas caídas em teu redor. O chão pintalgado de vermelho carmim. Percebo, então, que deves ser a Dama das Camélias. No Porto chamam-te japoneira porque vieste do Japão. Não sei. És uma, feita de muitos. E ainda não te encontrei o olhar.


Imagens - Fotografias. Detalhes. TINTA AZUL.Janeiro 2008

6 comentários:

mdsol disse...

linnnnnnnnnnnndo

José Manuel Dias disse...

As imagens da natureza inspiram-nos outras imagens...

un dress disse...

é lindo

é nu

e

é denso.

e significa-se.

muito.


falo deste blog...



:)

Tinta Azul disse...

un dress
Que agradáveis as tuas palavras!Este blogue também se faz com quem o visita.
:)))

nnann arella musashi disse...

Senhora de Tinta Azul-san,

também conhecidas por rosas do Japão, são bençãos ao olhar quando pavimentam a terra dos jardins, lembrando a cor do sangue na sua vertente poética.

Se eu fosse essa camélia, haveria de estar contente com tão belo texto de gratidão e afecto.

Com sincera admiração,

Vossa.

Tinta Azul disse...

Senhora de nnann arella, de prosa tão bella,
é uma honra tê-la por cá. Volte sempre que faz cá falta quando não vem.
Bem haja!