29/02/08

DOZE PALAVRAS

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Só hoje vi o desafio das doze palavras no
Absorto. Com urgência, porque com muito atraso, aqui vêm com a espontaneidade que surgiram. Perdão aquelas que muito gosto mas que neste momento ficaram quietas apesar da inquietude.

âncora

asa

voo

brasa

pedra

casa

branca

cal

sombra

sal

manhã

palavra.
.
para azular ler alimentar ver realizar amar


Imagem - Fotografia. Livros. Muito mais que doze palavras. TINTA AZUL.15.02.08

PORTO DESABRIGADO

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Belas. Janelas. Tristes.
Dignas. Varandas. Sós.
Um Porto. Tão perto. De nós.


Imagens - Fotografias. TINTA AZUL.Porto. 21.02.08

e.POMBOS

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Reunião vespertina convocada de urgência. Ponto único da ordem de trabalhos: Os pombos-correio viciaram-se na utilização do email. Quase não voam. Discussão e aprovação das medidas a tomar.


Imagens - Fotografias. TINTA AZUL. 29.02.08

28/02/08

VIAGEM

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Marcada. Suspensa. Paisagem.
Curva. Contracurva. Estrada.
A viajar. Em viagem. Viajada
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Imagem - Fotografia. 5.02.08

DESFOLHADA. MEMÓRIA.

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Corpo de linho
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.

Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.

É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.

Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.

Letra - José Carlos Ary Dos Santos
Música - Nuno Nazareth Fernandes

Simone de Oliveira acabou de ser entrevistada por Judite de Sousa no Canal 1 da RTP. Como me lembro bem do Festival da Eurovisão de 1969! Nessa altura os festivais eram um acontecimento extraordinário. Como me lembro, também, com muita nitidez, de estar a cantar a Desfolhada, empoleirada em cima duma mesa, em casa dos primos da Póvoa, onde gostava muito de ir, [não de Varzim] e de ter a sensação de estar a dizer qualquer coisa meio proibida quando cantava quem faz um filho fá-lo por gosto, porque todos se riam dum modo muito peculiar quando chegava essa parte. Sem perder a compostura, continuava a cantar e se me pedissem cantava outra vez. E cantava com gosto em cima daquela mesa feita palco. Tinha 6 anos.
E agora, reli com gosto redobrado o bonito poema de Ary dos Santos.

Imagem - Composição digital a partir de fotografia. TINTA AZUL.30.12.07

27/02/08

A[NA]LISAR

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Alisam.
Analisam.
E, às vezes, não chegam a perceber um caracol!



Imagem - Fotografias. Recortes justapostos.
TINTA AZUL. Fev. 08

PASSAR

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Não [te] passes.
Sossega esse vapor. Espera.
O Inverno não é eterno.
Vem aí a Primavera.


Imagem - Fotografia. TINTA AZUL.24.02.08

27 DE FEVEREIRO

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Das origens. Do horizonte. Do granito.

Andou muito comigo ao colo.
Bordou lençóis para o meu berço.
Hoje faz mais 14 anos que eu, a D.
Uma prima verdadeira. Uma verdadeira prima.


Imagem - Fotografia. TINTA AZUL.Felgueiras-Resende. 5.02.08

26/02/08

PARADOXO

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magra.
no entanto,
espaçosa.


Imagem - Fotografia com aplicação de filtros. TINTA AZUL.26.02.08

SOLIDÃO

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Miguel Torga
Poesia Completa, D.Quixote, 2000.


Imagem - Fotografia.TINTA AZUL. 6.02.08

25/02/08

DO AZUL MUITO CLARO AO CINZA MUITO ESCURO

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Limpo. Nublado.
Leve. Pesado.
Aberto. Fechado.

No mesmo dia.
Sob o mesmo céu.


Imagem - Fotografia. 25.02.08

24/02/08

FLOR DE HIBISCO

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Pétala. Seda. Vermelha.
Vermelho. Veludo. Carpelo.
Hibisco. Vermelho. Belo.


Imagem - Fotografia. TINTA AZUL.9.02.08

DOMINGO DE FLOR-DO-SAL

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Apesar de hoje ser, o dia do Senhor e amanhã ser, o da Senhora da limpeza, tive que, mesmo sem grande devoção, mas não sem delicadeza, tirar do santo descanso dominical, o voraz tubo do aspirador. Encontrei-o, em abençoada espiral de preguiça, enroscado como se fosse gato. Tudo por me ter caído da mão, enquanto arrumava a cozinha, um singelo pacotinho de flor-do-sal.
Não foi, pois, de ânimo leve que retirei do seu justo lazer o excelentíssimo tubo, até porque, dada a sua enorme morrinhice, me custou pegar-lhe e movê-lo do ninho. É que a flor-do-sal contém todos os 84 oligoelementos e micronutrientes encontrados no mar. Imagine-se isto tudo espalhadinho.
Talvez por ser um profundo conhecedor dos benefícios do tempêro com flor-do-sal, não tenha reclamado. Sorveu-a, sôfrego, como se não comesse, coisa tão saborosa, há muito tempo. Depois de, novamente, enroscado voltou para o aconchego do lugar de onde tinha, ainda que gentilmente, sido retirado. Não que se ouvisse ressonar, mas suponho que adormeceu profundamente na paz morna da tarde deste Domingo.


Imagem - Fotografia. TINTA AZUL.24.02.08.

YOLANDA [TE AMO]. PABLO MILANÉS.

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Esto no puede ser no mas que una cancion
Quisiera fuera una declaracion de amor
Romantica sin reparar en formas tales
Que ponga freno a lo que siento ahora a raudales
Te amo
Te amo
Eternamente te amo
Si me faltaras no voy a morirme
Si he de morir quiero que sea contigo
Mi soledad se siente acompañada
Por eso a veces se que necesito
Tu mano
Tu mano
Eternamente tu mano
Cuando te vi sabia que era cierto
Este temor de hallarme descubierto
Tu me desnudas con siete razones
Me abres el pecho siempre que me colmas
De amores
De amores
Eternamente de amores
Si alguna vez me siento derrotado
Renuncio a ver el sol cada mañana
Rezando el credo que me has enseñado
Miro tu cara y digo en la ventana
Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda

Pablo Milanés

Porque faz hoje 65 anos e tem uma belíssima voz. Parabéns!

Imagem - Copiada
aqui.

A LA LUNA. LEMBRAR ROSALÍA DE CASTRO

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I
¡Con qué pura y serena transparencia
brilla esta noche la luna!
A imagen de la cándida inocencia,
no tiene mancha ninguna.

De su pálido rayo la luz pura
como lluvia de oro cae
sobre las largas cintas de verdura
que la brisa lleva y trae.

Y el mármol de las tumbas ilumina
con melancólica lumbre,
y las corrientes de agua cristalina
que bajan de la alta cumbre.

La lejana llanura, las praderas,
el mar de espuma cubierto
donde nacen las ondas plañideras,
el blanco arenal desierto,

la iglesia, el campanario, el viejo muro,
la ría en su curso varia,
todo lo ves desde tu cenit puro,
casta virgen solitaria.

II
Todo lo ves, y todos los mortales,
cuantos en el mundo habitan,
en busca del alivio de sus males,
tu blanca luz solicitan.

Unos para consuelo de dolores,
otros tras de ensueños de oro
que con vagos y tibios resplandores
vierte tu rayo incoloro.

Y otros, en fin, para gustar contigo
esas venturas robadas
que huyen del sol, acusador testigo,
pero no de tus miradas.

III
Y yo, celosa como me dio el cielo
y mi destino inconstante,
correr quisiera un misterioso velo
sobre tu casto semblante.

Y piensa mi exaltada fantasía
que sólo yo te contemplo,
y como que es hermosa en demasía
te doy mi patria por templo.

Pues digo con orgullo que en la esfera
jamás brilló luz alguna
que en su claro fulgor se pareciera
a nuestra cándida luna.

Mas ¡qué delirio y qué ilusión tan vana
esta que llena mi mente!
De altísimas regiones soberana
nos miras indiferente.

Y sigues en silencio tu camino
siempre impasible y serena,
dejándome sujeta a mi destino
como el preso a su cadena.

Y a alumbrar vas un suelo más dichoso
que nuestro encantado suelo,
aunque no más fecundo y más hermoso,
pues no le hay bajo del cielo.

No hizo Dios cual mi patria otra tan bella
en luz, perfume y frescura,
sólo que le dio en cambio mala estrella,
dote de toda hermosura.

IV
Dígote, pues, adiós, tú, cuanto amada,
indiferente y esquiva;
¿qué eres al fin, ¡oh, hermosa!, comparada
al que es llama ardiente y viva?

Adiós... adiós, y quiera la fortuna,
descolorida doncella,
que tierra tan feliz no halles ninguna
como mi Galicia bella.

Y que al tornar viajera sin reposo
de nuevo a nuestras regiones,
en donde un tiempo el celta vigoroso
te envió sus oraciones,

en vez de lutos como un tiempo, veas
la abundancia en sus hogares,
y que en ciudades, villas y en aldeas
han vuelto los ausentes a sus lares.

Rosalía de Castro
[24.02.1837 - 15.07.1885]

Imagem - Copiada aqui.

23/02/08

IN SOFRIMENTO 1.

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José Carlos Ary dos Santos

In Sofrimento. Obra Poética. Edições Avante, 1994.

Imagens - 1.Fotografia. Chão. Lisboa. 2. Fotografia com aplicação de filtros. Pétalas. TINTA AZUL. 8.01.08.

TEMPO DE MAGNÓLIAS

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Enfeitas o céu da manhã, quando chego.
Enfeitas o céu da noite, quando saio.
Enfeitas as casas, às vezes, no entretanto.
Enfeitas bocadinhos do meu dia.
Magna Magnólia.


Imagem - Fotografia.TINTA AZUL. 22.02.08

UMA PEQUENINA LUZ

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Uma pequenina luz
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando
no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumiè
rejust a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exactaque bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha."

Jorge de Sena. Fidelidade [1958].

in Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Eugénio de Andrade. Campo das Letras. 1999.


Imagem - Fotografia. 2008.

PAISAGEM

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Passavam pelo ar aves repentinas,
O cheiro da terra era fundo e amargo,
E ao longe as cavalgadas do mar largo
Sacudiam na areia as suas crinas.

Era o céu azul, o campo verde, a terra escura,
Era a carne das árvores elástica e dura,
Eram as gotas de sangue da resina
E as folhas em que a luz se descombina.

Eram os caminhos num ir lento,
Eram as mãos profundas do vento
Era o livre e luminoso chamamento
Da asa dos espaços fugitiva.

Eram os pinheirais onde o céu poisa,
Era o peso e era a cor de cada coisa,
A sua quietude, secretamente viva,
E a sua exalação afirmativa.

Era a verdade e a força do mar largo,
Cuja voz, quando se quebra, sobe,
Era o regresso sem fim e a claridade
Das praias onde a direito o vento corre.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Eugénio de Andrade. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa.
Campo das Letras. 1999.

Imagem - Fotografia. TINTA AZUL. Montedor. 26.12.07

PINGOS DE LUZ

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Gosto de sonhar
iluminada
por pingos de luz.



Imagem - Fotografia. TINTA AZUL.21.02.08

ACTOS

Não ata nem desata. Ata. Acta. Acto.
...
Acto. Ato e desato os cordões do meu sapato.

Imagem - Fotografia. 22.02.08

22/02/08

IDE.IA.

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As idéias são como pulgas, saltam de uns para outros, mas não mordem a todos.

Bernard Shaw


Imagem - Fotografia. Chão. TINTA AZUL.3.01.08

TEMPO. VENTO. AMOR

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Gravadas, pelo tempo, nas rochas.
Figuras, pelo vento, insufladas.
De mãos, pelo amor, dadas.


Imagem - Fotografia. TINTA AZUL. Montedor. 10.02.08

21/02/08

BOAS HORAS DE ALMOÇO

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A olhar, ora para a tradição ora para a modernidade, esperei pela G. Que bom vê-la! Depois do abraço sentido, caminhámos no sentido da modernidade. Entrámos no Centro Comercial Gran Plaza e fomos ao Yumi, onde já almoçavam dois amigos que, também, tinham ali marcado encontro. Como nossos amigos também, juntaram-se as mesas. Que agradável foi!
Nenhum de nós gosta, particularmente, de almoçar em centros comerciais. Há uma razão, para mim importante, e por isso tenho recomendado o Restaurante Yumi a amigos e conhecidos. É explorado por jovens recém-diplomados por uma escola da qual já aqui falei várias vezes, onde se come muito bem. É um pequeníssimo contributo para o negócio destes miúdos. Merecem, porque cozinham muito bem. Porque integram bem, modernidade e tradição. Sem mcdolnadizações, pizzahutizações ou outras fastfoodizações.

Imagens - Fotografias. Rua Fernandes Tomás. TINTA AZUL. Porto. 21.02.08

CAIS 2

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Na estação onde todos os dias, pela manhã, apanho o metro há uma quantidade razoável de gente à espera. Há já bastante tempo reparo que as pessoas se distribuem de forma desigual ao longo do cais 2. Aglomeram-se com uma certa homogeneidade deixando um intervalo vazio a meio. É precisamente num ponto desse intervalo que eu costumo esperar. Como sou de espírito inquieto pus-me a pensar que devia haver uma razão que explicasse esta evidência. Em princípio as pessoas preferem ir sentadas. Quanto mais gente a entrar no mesmo lugar mais tempo demora, diminuindo, por sua vez, a probabilidade de encontrar um lugar vago. Tinha que haver uma causa. Ao fim de algum tempo de observação acho que percebi. É que aquele intervalo, onde fixei o meu lugar de espera, corresponde exactamente à parte em que a estação se faz ponte sobre a Via Norte. A protecção é de vidro desde o tecto até ao chão, o que, provavelmente, causa alguma sensação de insegurança. E é mesmo ali que eu espero, muitas vezes a olhar para baixo a ver os carros a passar, cheios de pressa. Mas, a primeira razão, muito miudinha eu sei, porque entro ali, é porque na estação de destino, corresponde a sair próximo do lugar onde quero, mesmo em frente às escadas e ao elevador de acesso ao exterior. Na viagem em sentido inverso, vou sempre para a carruagem da frente porque à saída também fico mais perto do caminho para casa. Racionalidades pouco importantes, eu sei, mas assim vou, quase sempre, à frente da multidão. Como ando depressa gosto de ter o caminho livre, sem ir aos ziguezagues, finta aqui, ultrapassa li, desculpe, com licença….E somando a ida com a vinda ganho uns minutos. Não para ficar com eles. Para os gastar, por exemplo, à hora de almoço com quem me apetece e gosto de estar.


Imagens - Fotografias. Estação de Metro. TINTA AZUL. PQM. 21.02.08

20/02/08

GELFINHO

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Deu à costa muito muito antes de haver televisão. Só os amigos mais chegados sabem da sua história. Mas nada revelam. Apenas se sabe que o rebaptizaram com o nome de Gelfinho. Em homenagem à praia que generosamente os acolheu.


Imagem - Fotografia. TINTA AZUL. Gelfa. 9.02.08

PARA A MINHA AMIGA M.

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Magna M.
Olha as magnólias que te trouxe.
Como florescem, mesmo, antes de ter folhas. Em pleno Inverno.


Imagem - Fotografia. Montedor. 9.02.08

19/02/08

PÉS FRIOS?

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De pura lá de ovelha. [Bem] Feitas à mão.
Assentam nos pés que nem uma luva.

Imagem - Digitalização. Meias [miniatura] sob/sobre Capa da Revista Frieze de Janeiro-Fevereiro 08. 19.02.08.

IR E NÃO IR. ESTAR. SER.

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Finalmente entrámos na carruagem aquecida do Intercidades. Uma sensação, simultaneamente agradável e estranha, de formigueiro nos pés, como se estivessem a descongelar. Três corpos sentam-se nos seus lugares espalhando o cansaço pelos assentos a priori muito confortáveis. Um sorriso, de satisfação cúmplice, no rosto de cada uma. Íamos e não fomos, mas estivemos.

Imagem - Interior comboio. TINTA AZUL.18.02.08

O CAFÉ... O PINGO...OS PINGOS

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Uma bebida quente para enganar o frio. Ao menos o café era bonito. Madeiras. Azulejos. Metal. Tons de azul e branco.
No entanto, muito frio.

Imagens - Fotografias. Estação CP Santarém. 18.02.08

ONTEM. AINDA.

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Até Santarém num comboio regional. Uma paragem longa. A chuva continua e a humidade começa a entranhar-se no corpo. Há quem tirite de frio. Eu ainda não. Tenho uma echarpe quentinha para emprestar.

Imagens - Fotografias. Estação CP Santarém.TINTA AZUL. 18.02.08

18 FEVEREIRO DE 2008

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Porque o dia 18 de Fevereiro foi um dia trágico para muitas pessoas.

Imagem - Fotografia. TINTA AZUL. 9.02.08

18/02/08

DE AZUL MUITO CLARINHO

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Santarém, de hoje, fica para amanhã. Apenas o tecto do Café da Estação. Cor de céu muito clarinho. Tão suave.
Assim seja o sono. As pálpebras já me pesam. O corpo pede descanso.

Boa noite.

Imagem - Fotografia. Estação de Santarém. TINTA AZUL.18.02.08

AZAMBUJA UP AND DOWN

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Sobe. Desce. Espera. Linha um. Não.
Sobe. Desce. Aguarda. Linha dois. Não.
Sobe. Desce.Linha três. Sobe. Desce. Sim. Não.
Aqui não há chefe de estação?

Imagens - Estação da Azambuja. TINTA AZUL. 18.02.08