Na estação onde todos os dias, pela manhã, apanho o metro há uma quantidade razoável de gente à espera. Há já bastante tempo reparo que as pessoas se distribuem de forma desigual ao longo do cais 2. Aglomeram-se com uma certa homogeneidade deixando um intervalo vazio a meio. É precisamente num ponto desse intervalo que eu costumo esperar. Como sou de espírito inquieto pus-me a pensar que devia haver uma razão que explicasse esta evidência. Em princípio as pessoas preferem ir sentadas. Quanto mais gente a entrar no mesmo lugar mais tempo demora, diminuindo, por sua vez, a probabilidade de encontrar um lugar vago. Tinha que haver uma causa. Ao fim de algum tempo de observação acho que percebi. É que aquele intervalo, onde fixei o meu lugar de espera, corresponde exactamente à parte em que a estação se faz ponte sobre a Via Norte. A protecção é de vidro desde o tecto até ao chão, o que, provavelmente, causa alguma sensação de insegurança. E é mesmo ali que eu espero, muitas vezes a olhar para baixo a ver os carros a passar, cheios de pressa. Mas, a primeira razão, muito miudinha eu sei, porque entro ali, é porque na estação de destino, corresponde a sair próximo do lugar onde quero, mesmo em frente às escadas e ao elevador de acesso ao exterior. Na viagem em sentido inverso, vou sempre para a carruagem da frente porque à saída também fico mais perto do caminho para casa. Racionalidades pouco importantes, eu sei, mas assim vou, quase sempre, à frente da multidão. Como ando depressa gosto de ter o caminho livre, sem ir aos ziguezagues, finta aqui, ultrapassa li, desculpe, com licença….E somando a ida com a vinda ganho uns minutos. Não para ficar com eles. Para os gastar, por exemplo, à hora de almoço com quem me apetece e gosto de estar.
Imagens - Fotografias. Estação de Metro. TINTA AZUL. PQM. 21.02.08
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