Libertação
Menino doido, olhei em roda, e vi-me
Fechado e só na grande sala escura.
(Abrir a porta, além de ser um crime,
Era impossível para a minha altura...)
Como passar o tempo?...E diverti-me
Desta maneira trágica e segura:
Pegando em mim, rasguei-me, abri, parti-me,
Desfiz trapos, arames, serradura...
Ah, meu menino histérico e precoce!
Tu, sim! Que tens mãos trágicas de posse,
E tens a inquietação da Descoberta!
O menino, por fim, tombou cansado;
O seu boneco aí jaz esfarelado...
E eu acho, nem sei como, a porta aberta!
José Régio [1901-1969].
No dia do 107º aniversário do seu nascimento.
Imagem - Fotografias sobrepostas. TINTA AZUL. 27.04.08
6 comentários:
A "brincadeira" com as fotografias está encantadora! Voos invejáveis...
des
( construção :)
~
José Régio respondeu-te não foi?
[Beijo...]
Lindo o poema e excelente a fotografia.
(tens correio electrónico)
beijoca
José Régio respondeu mesmo. Bem observado querida um ar de.
Beijos a todas. :)
Olá!
Pois, pois José Régio! Boa foto! Gostei! Abraços! António
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